Os altos funcionários da Casa Branca e da campanha de Joe Biden passaram a última semana insistindo que o presidente planejava continuar na corrida de 2024, apesar da pressão crescente dentro do Partido Democrata para que ele desistisse. No sábado (20/7), os assessores ainda estavam elaborando um cronograma de campanha para Biden retomar quando voltasse à Casa Branca. O presidente estava se recuperando de covid em sua casa de praia em Delaware, insistindo que ainda estava na disputa, mas ficou furioso quando um esforço coordenado de alguns democratas para pressioná-lo a sair se tornou visível ao público, diz uma reportagem da BBC.
No domingo (21/7), Biden começou a reconsiderar sua candidatura, segundo fontes anônimas. Na noite de sábado, ele discutiu a possibilidade de desistir, uma das decisões mais difíceis de sua carreira política de 50 anos, com um pequeno círculo de assessores, incluindo Steve Richetti, Mike Donilon, Annie Tomasini e Anthony Bernal. Richetti, um assessor de longa data, e Donilon, um estrategista-chave, se juntaram ao grupo na casa de praia de Biden para analisar novos dados de pesquisas e discutir a viabilidade de derrotar Donald Trump.
Enfrentando novos dados desfavoráveis e antecipando mais deserções públicas dentro do partido, Biden e Donilon redigiram a declaração que encerraria sua candidatura. Na manhã de domingo, Biden ligou para o chefe de gabinete Jeff Zients, a presidente de campanha Jen O'Malley Dillon e a vice-presidente Kamala Harris para informá-los de sua decisão.
Na tarde de domingo, às 13h45 (14h45 em Brasília), Biden fez uma videochamada com seus principais assessores da Casa Branca e da campanha, incluindo Anita Dunn. Um minuto depois, ele divulgou uma declaração pública anunciando sua desistência, causando grande impacto no cenário político americano. Embora não tenha mencionado Harris inicialmente, ele tuitou seu apoio à vice-presidente meia hora depois. Biden passou o domingo conversando com vários líderes democratas, enquanto Harris buscava reforços para sua candidatura presidencial.
Kamala Harris, com o apoio de Biden e de democratas proeminentes, passou a tarde de domingo ligando para parlamentares e governadores para consolidar seu apoio. No entanto, sua nomeação só será confirmada na Convenção Nacional Democrata em agosto. Enquanto isso, a equipe de campanha se comprometeu a apoiar Harris e a continuar a lutar contra Donald Trump, mantendo o foco nos objetivos que os uniram desde o início.