Especialistas orientam como cuidar do corpo após as festas
Segunda, 22 de Dezembro de 2025
Márcia Pinheiro
Imagem: Ilustrativa / Freepik
As confraternizações de fim de ano são momentos de gratidão, comunhão familiar e celebração. No entanto, também exigem atenção. A Bíblia adverte sobre o pecado da glutonaria e dos excessos, lembrando que o cuidado com o corpo faz parte da vida cristã. Em Provérbios 23:20-21, a Palavra orienta: “Não esteja entre os que se encharcam de vinho nem entre os que se empanturram de carne, pois o beberrão e o comilão empobrecem”. Já em 1 Coríntios 6:19-20, somos lembrados de que o corpo é templo do Espírito Santo.
Do ponto de vista da saúde, os exageros também trazem consequências imediatas. Segundo a nutricionista Stephany Rangel, da Hapvida, a ideia de que “é só uma noite” costuma levar muitas pessoas a ultrapassarem seus limites. “O organismo recebe, de uma só vez, grandes quantidades de álcool, açúcar, gordura e sódio, o que pode causar inchaço, azia, refluxo, dor de cabeça, alterações da glicemia e da pressão arterial, além de piora do colesterol, especialmente em quem já tem doenças pré-existentes”, explica.
Os números reforçam o alerta. Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 10,2% da população brasileira vive com diabetes e 24,5% dos adultos são hipertensos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima ainda que quatro em cada dez brasileiros têm colesterol elevado, o que torna o período das festas ainda mais delicado.
Entre os principais vilões da ceia estão o consumo excessivo de álcool, refrigerantes, carnes processadas, alimentos muito salgados, farofas com bacon e linguiça, além de sobremesas ricas em açúcar. “Essa combinação sobrecarrega o estômago, favorece a retenção de líquidos, desregula o intestino e prejudica o sono. O resultado costuma ser acordar cansado e inchado no dia seguinte”, afirma a especialista.
Cuidado com falsas compensações
Um erro comum é passar o dia em jejum esperando a ceia como forma de “compensar”. A nutricionista alerta que essa prática só aumenta as chances de exagero. O ideal é manter refeições leves ao longo do dia e investir em boa hidratação. Isso ajuda a controlar a fome e a tomar decisões mais conscientes à mesa.
Do ponto de vista cristão, o equilíbrio também é espiritual. Celebrar o nascimento de Cristo vai além da comida. Aproveitar o tempo em família, a oração e a comunhão deve ser o foco principal. Comer devagar, evitar beliscos constantes e lembrar que nenhum alimento precisa ser proibido, desde que consumido com moderação, fazem toda a diferença.
Para o dia seguinte, o conselho é evitar dietas radicais, jejuns prolongados ou “detox milagrosos”. “O caminho é simples: muita água, legumes, verduras, frutas, boas fontes de proteína e redução de álcool, refrigerantes e sobremesas”, orienta Stephany.
Atenção redobrada para quem tem doenças crônicas
Pessoas com doenças crônicas devem ter cuidado especial durante as celebrações. Diabéticos devem priorizar proteínas e fibras antes dos carboidratos para evitar picos de glicose. Hipertensos precisam moderar alimentos ricos em sódio e reforçar a hidratação. Já quem tem dislipidemia (colesterol alto) deve optar por preparações com menos gordura e usar fontes mais saudáveis, como o azeite de oliva.
Dicas para uma ceia mais equilibrada e consciente
É possível manter o sabor dos pratos tradicionais sem abrir mão do cuidado com a saúde e da moderação ensinada pela Palavra de Deus.
Substituições inteligentes:
-
Troque a maionese tradicional por iogurte, creme de ricota ou queijo cottage;
-
Substitua a farofa com bacon por versões com legumes e ovos;
-
Prefira arroz integral no lugar do arroz branco;
-
Inclua salada de frutas como opção de sobremesa;
-
Frango assado sem pele, peixe, peru e mignon suíno são opções mais equilibradas.
Controle de porções (use a mão como referência):
-
Carboidratos (arroz, farofa, massas): um punho fechado
-
Legumes e verduras: duas mãos em concha
-
Proteínas: equivalente à palma da mão
-
Gorduras (azeite, molhos, maionese): metade da palma da mão
Celebrar com alegria, gratidão e equilíbrio é uma forma prática de honrar a Deus também à mesa, cuidando do corpo e do coração.





