País sofre com um aumento considerável de casos de intolerância contra cristãos
Terça, 16 de Dezembro de 2025
Márcia Pinheiro
Imagem: Ilustrativa / Freepik
Uma cena de agressão e intolerância religiosa chocou a comunidade cristã nas redes sociais nesta semana. A missionária Atillah Attallah, conhecida por suas ministrações de rua e pregações da Palavra de Deus, foi insultada e cuspida no rosto enquanto pregava em uma praça pública de Curitiba (PR). O vídeo do ataque ganhou repercussão nacional — embora a data exata do ocorrido ainda não tenha sido oficialmente confirmada.
Segundo relatos, Atillah estava ministrando quando um homem se aproximou, reagindo com irritação às palavras do evangelho. Ele começou a proferir ofensas e, em seguida, cuspiu diretamente no rosto da missionária, que permaneceu firme sem revidar.
Mesmo diante da hostilidade, a missionária respondeu com uma postura de perdão e fé, emocionando aqueles que assistiram à gravação. Ela disse:
Cuspiram no meu rosto… e eu escolhi abençoar. Não vim aqui para brigar, vim para pregar Cristo.”
A atitude de perdão e mansidão rapidamente se tornou um símbolo de resistência espiritual, levando milhares de cristãos a refletirem sobre a crescente perseguição e hostilidade contra evangelistas e missionários no Brasil.
Crescimento dos casos de intolerância religiosa no Brasil
Os dados mais recentes mostram que casos de intolerância e violação à liberdade religiosa aumentaram de forma significativa no país. Em 2024, foram registrados milhares de violações motivadas por intolerância religiosa, com um crescimento de mais de 80% em relação ao ano anterior segundo o painel de denúncias do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Esse aumento demonstra que as ocorrências — desde insultos e ataques verbais até agressões físicas — têm se tornado mais frequentes em diferentes estados brasileiros, afetando evangélicos, católicos, adeptos de religiões afro-brasileiras e outras tradições de fé.
Intolerância religiosa é crime — e pode levar à prisão
No Brasil, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição Federal (Art. 5º). Isso significa que ninguém pode ser discriminado ou impedido de professar sua fé ou exercer seus cultos.
Além disso, a legislação brasileira criminaliza a intolerância religiosa. A Lei nº 7.716/1989 (alterada ao longo dos anos) estabelece que a prática de discriminação ou preconceito por motivo religioso é crime, com penas que podem variar de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa.
A pena pode ser aplicada quando alguém:
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Ofende, discrimina ou agride outra pessoa por sua fé;
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Impede ou atrapalha cerimônias, cultos ou práticas religiosas;
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Propaga discurso de ódio por meio de palavras, publicações ou redes sociais.
Essas normas reforçam que o Estado brasileiro protege o livre exercício da fé e pune ameaças à dignidade humana motivadas por preconceito religioso — inclusive nos casos que envolvem agressões morais e físicas.
Chamado ao respeito e ao diálogo
A reação serena e cristã de Atillah diante da agressão lembra que, mesmo em um contexto de hostilidade, os seguidores de Jesus são chamados a viver o amor, a coragem e o perdão cristão. Ao mesmo tempo, esse episódio evidencia a urgência de conscientização sobre os direitos fundamentais à liberdade religiosa e da necessidade de combater a intolerância sob todas as suas formas, tanto no plano espiritual quanto legal.





