Antônio Rocha de Sousa, de 47 anos, foi encontrado morto na manhã de quarta-feira (14) no bairro Aeroporto, em Tianguá, na região da Serra da Ibiapaba, interior do Ceará. O caso chocou moradores e tem gerado grande repercussão nas redes sociais e entre cristãos em todo o país.
O homem havia se envolvido em uma grave polêmica após publicar, no último dia 4 de maio, um vídeo em que aparece queimando uma Bíblia Sagrada, acompanhada de declarações ofensivas à fé cristã. No vídeo, ele afirma: “Isso aqui é uma Bíblia, que dizem que é sagrada. Olha o que ela faz diante do fogo. Ela queima. Pra mim, Deus não existe. Isso aqui é só um jeito de escravizar pessoas, de manipular.”
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) investiga o caso como homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar. O corpo de Antônio foi encontrado com diversas marcas de perfurações, e a linha de investigação ainda não confirmou se o assassinato tem relação direta com o conteúdo do vídeo publicado.
Crime de vilipêndio religioso e repercussões legais
Segundo a polícia, a Bíblia utilizada no vídeo teria sido furtada, o que agrava ainda mais a situação. A ação configura crime de furto, dano e vilipêndio a objeto de culto religioso, tipificados no Código Penal Brasileiro. O vilipêndio religioso, previsto no artigo 208, trata da prática de atos públicos de desrespeito a símbolos sagrados com o intuito de ofender crenças religiosas.
A pena para quem comete vilipêndio religioso pode chegar a um ano de detenção, além de multa. Se o ato for praticado por meio das redes sociais, como foi o caso, o agravante pode gerar penalidades mais severas devido ao alcance público da ofensa.
Histórico criminal e investigações
De acordo com nota da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Antônio possuía antecedentes criminais por lesão corporal dolosa. Equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Perícia Forense (Pefoce) estiveram no local do crime para realizar os primeiros levantamentos.
A Delegacia Regional de Tianguá segue à frente das investigações para apurar as circunstâncias do homicídio e possíveis conexões com o vídeo publicado nas redes sociais. O caso também está sendo acompanhado por autoridades que atuam na defesa da liberdade religiosa e na promoção do respeito entre as crenças.