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A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue encontrando forte resistência entre os evangélicos, grupo no qual a rejeição permanece elevada e sem sinais de reversão. Levantamento do PoderData, realizado entre os dias 13 e 15 de dezembro de 2025, mostra que 66% dos evangélicos desaprovam a gestão federal, enquanto apenas 29% aprovam — índices que se mantêm inalterados e evidenciam a dificuldade do governo em dialogar com esse segmento.

Enquanto isso, o cenário entre os católicos apresenta leve melhora para o Planalto. Pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (16) aponta que a aprovação do governo Lula entre católicos subiu de 50% para 54% desde novembro, ao passo que a desaprovação caiu de 47% para 44%. Ainda assim, dados do próprio PoderData indicam oscilação negativa recente dentro da margem de erro: a aprovação entre católicos recuou de 51% em setembro para 48% em dezembro, enquanto a desaprovação avançou de 42% para 44%.

O contraste entre os dois grupos religiosos chama atenção. Entre evangélicos, Lula enfrenta um cenário persistentemente adverso, reflexo de um distanciamento que se intensificou desde as eleições de 2022. Historicamente, esse eleitorado tende a se identificar mais com pautas conservadoras e candidatos alinhados à direita, o que tem dificultado a penetração do discurso petista.

Na tentativa de reduzir essa rejeição, o governo passou a intensificar ações de aproximação. Recentemente, a primeira-dama Janja Lula da Silva assumiu a articulação direta com lideranças evangélicas, participando de cultos e reuniões — especialmente com mulheres — para divulgar programas sociais do governo. A iniciativa conta com o apoio da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, grupo que esteve ao lado de Lula no pleito de 2022. Apesar disso, os números indicam que os esforços ainda não produziram impacto significativo na opinião do eleitorado evangélico.

Metodologia

A pesquisa PoderData ouviu 2.500 pessoas com 16 anos ou mais, em 133 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal. As entrevistas foram realizadas por telefone, tanto em linhas fixas quanto celulares, por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. Os dados foram ponderados para refletir proporcionalmente variáveis como sexo, idade, escolaridade, renda e região.

Por arredondamento, a soma dos percentuais pode não totalizar 100%. O levantamento foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo.