Mísseis iranianos atingem Israel em meio à crescente tensão no Oriente Médio

Embaixada do Brasil em Tel Aviv emitiu um alerta consular com orientações para os brasileiros que vivem em Israel

Sexta, 13 de Junho de 2025

Márcia Pinheiro


Mísseis iranianos atingem Israel em meio à crescente tensão no Oriente Médio

Imagem: Ilustrativa / Reprodução Redes Sociais

O Exército de Israel emitiu um comunicado urgente nesta sexta-feira (13) confirmando que novos mísseis foram lançados pelo Irã contra seu território. As sirenes de alerta soaram em diversas regiões do país, incluindo Tel Aviv e Jerusalém. Pouco depois, fortes explosões foram ouvidas, e colunas de fumaça foram vistas no céu.

“As defesas aéreas estão em plena operação para interceptar a ameaça. A população deve se abrigar em espaços protegidos e permanecer nesses locais até nova orientação”, informaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

Imagens registradas em Tel Aviv mostram os danos causados por um projétil que atingiu o solo. Cerca de 30 minutos após o alerta inicial, as autoridades permitiram que os civis deixassem os abrigos, embora recomendem cautela e permanência próxima a áreas seguras.

Mais cedo, o Irã lançou múltiplos ataques com mísseis, numa escalada agressiva que teve como alvo centros populacionais e instalações estratégicas israelenses. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que o Irã “ultrapassou todas as linhas vermelhas” e garantiu que Teerã pagará um “preço altíssimo” por suas ações hostis.

O regime iraniano declarou que os alvos seriam bases militares e centros de desenvolvimento bélico. Segundo a mídia estatal, “dezenas de mísseis balísticos atingiram alvos estratégicos” — embora as autoridades israelenses confirmem que grande parte das ameaças foi neutralizada com sucesso pelos sistemas de defesa, como a Cúpula de Ferro.

Três hospitais israelenses relataram cerca de 40 feridos. A ação iraniana seria uma retaliação ao ataque israelense do dia anterior (12), que mirou estruturas militares iranianas envolvidas na produção de armamentos.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou que “Israel iniciou uma guerra” e prometeu uma resposta “grave e proporcional”. Em suas palavras, “o regime sionista não ficará impune”.

Israel, por sua vez, tomou a iniciativa diante de uma oportunidade estratégica. Fontes de inteligência indicaram que o regime iraniano atravessa um momento de grande fragilidade interna e internacional, o que motivou a ação preventiva de Israel. A intenção: impedir que o Irã avance em seu programa nuclear — que, apesar das negativas do regime, tem sido visto com preocupação por agências internacionais.

Israel age para impedir avanço nuclear do Irã

Na madrugada de quinta-feira (12), caças israelenses lançaram um ataque coordenado contra a usina de Natanz — núcleo do programa nuclear iraniano. Segundo Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a planta piloto de enriquecimento de urânio foi seriamente danificada. A usina produzia material com teor de enriquecimento de até 60%.

Grossi relatou destruição na infraestrutura elétrica, possíveis danos às centrífugas e indicou contaminação radiológica controlável. Ainda segundo a AIEA, foram registrados danos em outras instalações, como as de Fordow e Isfahan, embora os dados sobre essas áreas sejam limitados.

Em resposta, Israel lançou um ataque sem precedentes contra o Irã nesta sexta-feira (13), envolvendo mais de 200 caças e mais de 330 projéteis contra alvos militares, incluindo lideranças da Guarda Revolucionária, cientistas ligados ao programa nuclear e centros de comando estratégico. O Exército israelense afirmou que essa ação “não se resume a um único dia”.

O Irã, em contragolpe, lançou mais de 100 drones contra Israel — a maioria interceptada. Apesar das tentativas de Teerã, a superioridade tecnológica e tática de Israel continua demonstrando eficácia na proteção do seu povo.

Aliados do Irã estão enfraquecidos

O momento também favoreceu Israel por outro motivo: os principais aliados do regime iraniano no Oriente Médio encontram-se enfraquecidos.

O Hezbollah, no sul do Líbano, perdeu milhares de combatentes e boa parte de seu arsenal em ofensivas israelenses.

1.Na Síria, a queda do regime de Bashar al-Assad no final de 2024 reduziu drasticamente a influência iraniana na região.

2.Em Gaza e na Cisjordânia, grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica continuam sendo duramente atingidos pela ação militar israelense.

3.Vários comandantes da Guarda Revolucionária foram eliminados em operações de inteligência, incluindo o general Mohammad Reza Zahedi, morto em Damasco.

Repercussão internacional

Diversos países ao redor do mundo manifestaram preocupação diante da escalada. Omã, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia pediram contenção, embora alguns tenham criticado a ofensiva israelense como “escalatória”. Ainda assim, Israel conta com o respaldo de importantes potências ocidentais, tanto diplomática quanto militarmente.

No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores criticou o ataque israelense, classificando-o como “violação à soberania” iraniana. Em contrapartida, a Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral em São Paulo suspenderam temporariamente o atendimento ao público.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv, por sua vez, emitiu um alerta consular com orientações para os brasileiros que vivem em Israel — recomendando evitar viagens desnecessárias, seguir as instruções das autoridades locais e manter aplicativos de alerta ativos, como o Home Front Command, desenvolvido pelas Forças de Defesa de Israel para salvar vidas em tempos de crise.

Comentário editorial

Como cristãos, oramos pela paz de Jerusalém, conforme o Salmo 122:6. A situação atual evidencia a necessidade de vigilância espiritual e discernimento. É dever da comunidade internacional reconhecer o direito de Israel à autodefesa diante de ameaças existenciais. Que o Senhor traga sabedoria aos líderes e proteção ao povo da Terra Santa, onde se desenrolam promessas milenares que ainda aguardam cumprimento.