Operação Rede Obscura combate internet clandestina controlada por facções no RJ

Criminosos controlavam as redes com uso de armamento pesado e barricadas

Terça, 05 de Agosto de 2025

Márcia Pinheiro


Operação Rede Obscura combate internet clandestina controlada por facções no RJ

Imagem: Ilustrativa / Canva

O Governo do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, deflagrou nesta terça-feira (05) a Operação Rede Obscura, com o objetivo de combater a exploração clandestina de serviços de internet em comunidades da Zona Norte do Rio e da Baixada Fluminense.

Coordenada pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), com apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da 38ª DP, a operação cumpre 17 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a provedores ilegais.

Não vamos tolerar que organizações criminosas controlem serviços essenciais à população para financiar atividades ilícitas. A investigação demonstrou que essas facções não apenas exploram de forma clandestina, mas também utilizam criminosos armados para impedir a atuação de operadoras licenciadas e para danificar a infraestrutura de rede”, declarou o governador Claudio Castro.

Até o fim da manhã, a ação resultou na apreensão de um fuzil, duas pistolas, dinheiro em espécie, equipamentos eletrônicos e cabos de rede. Duas pessoas foram conduzidas à delegacia para prestar depoimento.

A operação é fruto do aprofundamento de investigações iniciadas a partir de dados técnicos e denúncias recebidas via Disque-Denúncia. A polícia identificou provedores ilegais vinculados a facções criminosas atuantes no Morro do Quitungo, Cordovil, Cidade Alta e regiões adjacentes.

Segundo as investigações, os criminosos controlavam as redes com uso de armamento pesado e barricadas, restringindo o acesso de operadoras regulares e danificando a infraestrutura técnica da rede — como rompimento de cabos, sabotagem de torres de transmissão e bloqueio do sinal de operadoras legalizadas.

Prejuízos técnicos e riscos à população

A exploração ilegal da internet não afeta apenas o combate ao crime organizado, mas também gera prejuízos diretos à qualidade dos serviços prestados à população. As redes clandestinas geralmente operam com equipamentos de baixa qualidade, sem manutenção adequada, o que compromete a velocidade, estabilidade e segurança da conexão.

Além disso, o rompimento de cabos de operadoras legalizadas e a interferência em redes licenciadas provocam interrupções frequentes no serviço, risco de sobrecarga técnica, e aumentam a vulnerabilidade a ataques cibernéticos. Moradores dessas áreas frequentemente enfrentam quedas constantes de sinal e ficam reféns de provedores ilegais, sem canais de atendimento ou suporte técnico adequado.

O material apreendido será periciado e analisado pelo setor de inteligência da Polícia Civil para subsidiar novas diligências e responsabilizar criminalmente os envolvidos.