Doença silenciosa afeta milhares de brasileiros e pode levar à insuficiência renal irreversível quando não tratada
Sexta, 01 de Agosto de 2025
Laura Carvalhal (Estagiária)

Reprodução: Freepik
O que parece ser apenas uma "retenção de líquido" pode mascarar sintomas relacionados à Síndrome Nefrótica, um distúrbio renal caracterizado pela perda excessiva de proteína na urina, condição que pode evoluir para insuficiência renal crônica se não for diagnosticada e tratada precocemente.
Embora seja mais comum em crianças de 2 a 6 anos, a doença não escolhe idade. Adultos também podem desenvolvê-la, especialmente pessoas com diabetes, lúpus ou outras doenças autoimunes. No Brasil, estima-se que milhares de pessoas convivam com a condição sem saber, atribuindo os sintomas iniciais a causas menos preocupantes.
Entre os primeiros sinais estão: inchaço ao redor dos olhos (especialmente pela manhã), inchaço nos tornozelos ao longo do dia, edema generalizado (nos pés, barriga e rosto), urina espumosa, fadiga, perda de apetite, dor abdominal, entre outros.
O diagnóstico é feito por meio de exames de urina (que detectam altos níveis de proteína) e de sangue (que mostram baixos níveis de albumina e altos níveis de colesterol). Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma biópsia dos rins para entender a origem da síndrome.
O tratamento da doença depende da causa e da resposta do paciente. Em crianças, a abordagem inicial costuma ser feita com corticoides. Quando não há resposta, outros imunossupressores, como ciclosporina ou rituximabe, podem ser indicados.
Com o avanço das terapias e o diagnóstico precoce, o prognóstico da Síndrome Nefrótica tem melhorado significativamente. Crianças com a forma mais comum da doença têm taxa de remissão de até 90% quando tratadas adequadamente. Em adultos, embora o tratamento possa ser mais desafiador, a estabilização da função renal e o controle dos sintomas são alcançáveis na maioria dos casos.