Alta do dólar, provocada pela menor entrada da moeda norte-americana, pressiona preços no Brasil
Quinta, 31 de Julho de 2025
Márcia Pinheiro

Imagem: Ilustrativa / Freepik
Nesta quarta-feira (30/7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entrará em vigor em sete dias, isenta setores estratégicos como petróleo, laranja e aviação, além de excluir 694 itens da tarifação – incluindo minerais, energia, metais, fertilizantes, papel, celulose, químicos e componentes para aviação civil. No entanto, itens importantes da pauta exportadora do Brasil, como carne, frutas e café, continuam sujeitos à nova tarifa.
Apesar das exceções, o tarifaço representa um duro golpe para a economia brasileira como um todo — e seus efeitos serão sentidos por toda a população, inclusive por quem não trabalha diretamente com exportações. Isso porque, com a queda esperada nas exportações para os Estados Unidos, haverá uma redução na entrada de dólares no país. Com menos dólares circulando, o real tende a se desvalorizar, pressionando os preços em toda a cadeia produtiva.
A desvalorização cambial eleva os preços de combustíveis, como gasolina e diesel — cotados em dólar — e encarece produtos importados essenciais, como eletrônicos, peças automotivas, medicamentos, insumos agrícolas e até alimentos. Itens de consumo diário, como o pão, também podem subir de preço, já que componentes como ferro e ácido fólico, usados na farinha, são importados de países como Índia e China.
O impacto se estende ainda à inflação geral do país. A alta do dólar, provocada pela menor entrada da moeda norte-americana, pressiona os preços em cadeia, aumenta o custo de vida e reduz o poder de compra da população. Segundo especialistas financeiros, o tarifaço de Trump pode ainda agravar desigualdades regionais, afetar comunidades rurais exportadoras e comprometer a qualidade de vida de milhões de brasileiros.
Mesmo com uma possível flexibilização futura para produtos agrícolas não cultivados nos EUA, que poderia beneficiar o Brasil, o estrago imediato já está em curso: o tarifaço ameaça não apenas exportadores, mas o equilíbrio econômico nacional — com reflexos diretos no bolso de todos os brasileiros.