Mães de plástico: conheça polêmica envolvendo Bebês Reborn

Influenciadora Bella Falconi alerta para riscos à saúde mental de mulheres que trocam maternidade por bonecos

Sexta, 09 de Maio de 2025

Márcia Pinheiro


Mães de plástico: conheça polêmica envolvendo Bebês Reborn

Imagem: Ilustrativa / Freepik

Você já ouviu falar no Bebê Reborn? São bonecos feitos de silicone, muito parecidos com um bebê de verdade e que certos adultos têm tratado como se fossem filhos. Em alguns casos, o Bebê Reborn recebe tratamento melhor até mesmo do que muitas crianças brasileiras. No Rio de Janeiro, mulheres que se dedicam a produzir esses bonecos, chamadas de Cegonhas Reborn, em breve vão ganhar um dia em homenagem a elas. A Câmara dos Vereadores aprovou nesta semana um Projeto de Lei que prevê a inclusão do “Dia da Cegonha Reborn” no calendário da cidade. Caso o projeto seja sancionado pelo prefeito Eduardo Paes, a data passará a ser celebrada no dia 4 de setembro.

Na justificativa do Projeto de Lei, o autor, vereador Vitor Hugo (MDB) destacou que as bebês reborn têm recebido cada vez mais atenção de maneira global. As bonecas super-realistas viralizaram nas redes sociais com vídeos mostrando interações das 'mamães reborn', incluindo partos.

Segundo o projeto, essas mulheres artesãs encontraram na atividade uma forma de tratamento terapêutico. A polêmica tem girado em torno de mulheres que trocam a verdadeira maternidade por uma brincadeira. Vários internautas têm criticado a “adoção” de bonecos.

A influenciadora Bella Falconi, por exemplo, cristã e mãe de duas meninas, publicou nas redes sociais uma reflexão sobre o tema, preocupada com a saúde mental das mulheres brasileiras. Em vídeo, ela lembrou que o mundo já tem uma geração de pessoas que vivem como se fossem gatos, cachorros e outros animais, chegando a andar de quatro pelas ruas. Ela compartilhou a experiência de uma mulher que prestou ajuda a outra em um supermercado, achando se tratar de uma mãe com um bebê, até descobrir que se tratava de um Bebê Reborn. Bella lamentou e chamou essas mulheres de “mães de plástico”. Confira o vídeo AQUI.

O bebê reborn chegou ao Brasil por volta dos anos 2000, influenciado por uma tendência que começou nos Estados Unidos e na Europa na década de 1990. A arte do "reborning" — ou seja, transformar bonecas comuns em réplicas hiper-realistas de bebês — surgiu entre colecionadores e artistas que buscavam criar bonecas mais detalhadas, com aparência e textura realistas, usando técnicas como pintura em camadas, implantação de cabelos fio a fio e peso interno para simular o peso de um bebê verdadeiro.

Chegada ao Brasil:

No Brasil, o Bebê Reborn ganhou espaço inicialmente entre artesãs e artistas plásticos que viram na técnica uma forma de expressão artística e um novo nicho de mercado. A partir de meados dos anos 2000, cursos e oficinas começaram a ser oferecidos em várias cidades, popularizando a técnica e incentivando a produção local. Com o tempo, a demanda cresceu tanto para fins de coleção quanto para uso terapêutico.

Popularização:

  • Redes sociais e feiras de artesanato ajudaram a divulgar os bebês reborn.
     

  • O uso terapêutico também chamou atenção: psicólogos e cuidadores passaram a utilizar as bonecas para ajudar pessoas em luto perinatal, idosos com Alzheimer ou pacientes com depressão.
     

  • O crescimento do e-commerce facilitou a compra dessas bonecas em todo o país.

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